Falar de inconsciente é falar de sentimento, emoção e intuição

por Rosemeire Zago

 Não é possível falar de autoconhecimento sem conhecer a parte mais importante de nossa psique (mente): o inconsciente.

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O que você sabe sobre ele? Não tente entendê-lo com a razão, nem com a lógica. O inconsciente não é lógico, e sim paleológico (do grego palaio: antigo). É primitivo, arcaico. Sendo assim, ele não se expressa em palavras racionais ou pensamentos realistas, e sim através de imagens, fantasias e sensações físicas (sintomas e/ou doenças). Falar de inconsciente é falar de sentimento, emoção, intuição.

Às vezes, para entender o que sentimos é preciso identificar, além de tudo o que sabemos, lembramos e guardamos no consciente, também e principalmente, o que está depositado em nosso inconsciente – lugar de nossa psique que guarda tudo aquilo que não “queremos” lembrar.

No inconsciente ficam os conteúdos que alteram e influenciam o comportamento, tudo que é considerado agressivo à consciência. Tais lembranças são reprimidas no inconsciente como forma de defesa e censura interna. Pode-se dizer que o inconsciente é semelhante a um porão, onde se guarda tudo que não queremos ver e onde há bem mais coisas que imaginamos. É o lugar de despejo e que nem sempre se limpa. Ou seja, as imagens, pensamentos e ideias esquecidas não deixaram de existir, apenas foram reprimidas no inconsciente.

Em qualquer momento, às vezes depois de muitos anos, mediante um fator desencadeador, podem ressurgir conteúdos inconscientes, provocando certas reações e comportamentos que não entendemos. Por exemplo, se você tiver uma reação desproporcional diante de uma situação, provavelmente foi acionado um conteúdo de seu inconsciente, e se não tiver conhecimento, não entenderá o motivo de tal reação.

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Compreendendo a origem de alguns conflitos emocionais, que geralmente são inconscientes, é possível libertar-se deles ou amenizar sua influência.

Não se trata de adivinhações, mas de ciência e estudo do funcionamento da psique.

O consciente refere-se ao lado esquerdo do cérebro, que corresponde à razão.

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O inconsciente refere-se ao lado direito do cérebro, que corresponde à emoção.

O objetivo é equilibrar os dois hemisférios, direito X esquerdo, consciente X inconsciente, razão X emoção.

Para entender como o inconsciente pode se expressar vamos entender um pouco mais de sua linguagem:

Linguagem simbólica:

O consciente possui sua própria linguagem e se comunica através da palavra. A linguagem verbal é o instrumento do pensamento lógico, das elaborações do raciocínio. Não podemos querer compreender o inconsciente com essa mesma linguagem, pois o inconsciente tem uma linguagem própria, que é a linguagem simbólica, ou seja, a representação de algo. Por exemplo: o coração significa amor. Assalto pode significar agressão, violência. Tudo pode ter uma relação com nossas emoções.

Os sonhos se expressam através da linguagem simbólica.

Há dois tipos de simbologias.

Simbologia universal:

É a linguagem que é conhecida por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Ou seja, a palavra mãe para qualquer pessoa pode significar aquela que gera.

Simbologia pessoal:

Difere da universal, pois o diferencial aqui é o significado que tal coisa ou situação tem para determinada pessoa e não para toda e qualquer pessoa. O que vale na simbologia pessoal é o significado que há para você.

Por exemplo, a palavra mãe para um pode representar aquela que acolhe, nutre, protege; para outro, pode significar exatamente o contrário, aquela que abandona, humilha, despreza.

A simbologia pessoal é totalmente influenciada pelo histórico de vida de cada um, por isso quando for fazer qualquer interpretação do seu inconsciente é a simbologia pessoal que deve ser considerada.

E o que significa mar para você? Anote todas as palavras que vierem à sua mente e depois você irá entender qual a relação do mar com tudo isso.

Inatemporal ou atemporal:

Para o inconsciente não há passado, presente e futuro separados. É como se tudo acontecesse junto, não há limitação nem divisão de tempo. Por isso em nossos sonhos pode vir tudo misturado, uma cena do passado junto com outra atual.