Isso não vai acontecer comigo: lições bem difíceis

por Regina Wielenska

Pensem em algum evento que seja ruim sob o ponto de vista das pessoas, e cuja ocorrência possa depender, ao menos em parte, do próprio comportamento delas.

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Um exemplo, há muitos anos, supostamente para economizar, viajei ao exterior sem seguro viagem. Foi uma decisão cara, pois gastei muito dinheiro cobrindo custos de uma urgência ortopédica. Com o seguro eu teria deixado de gastar essa dinheirama.

Um amigo meu divorciou-se após 30 anos de vida conjugal e retomou a vida de solteiro. Sendo suficientemente próxima dele e um bocado cara-de-pau, eu lhe disse para ter juízo e usar camisinha, que o mundo estava mudado. Tempos depois, ele me procura para contar que passou uma aflição terrível: a namorada nova caiu gravemente doente e descobriu-se ser decorrência de HIV não tratado. O amigo fez sexo sem proteção com ela e chegou às raias da loucura até descobrir que não estava positivo para o vírus da imunodeficiência adquirida. O quadro da namorada estava avançado porque ela nunca se tratara e infelizmente ela foi a óbito em poucas semanas.

Uma quantidade grande de concepções ocorre quando o casal não quer filhos, mas acha que fazer sexo "só daquela vez" sem usar algum bom método contraceptivo não trará problemas.

Na madrugada, nos grandes centros ou estradas, acidentes graves ocorrem quando pessoas resolvem correr, às vezes beberam demais ou atravessam semáforos fechados, sob a alegação de que não há perigo, de qua a cidade está vazia.

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Essas e outras histórias representam eventos de autoengano. Ou nem pensamos a respeito da probabilidade de problemas ocorrerem ou negamos haver risco, seja de acidente, queda, gravidez, contaminação ou outros eventos complicados.

Acreditar que há risco requer que providências sejam tomadas, que nos deparemos com a necessidade de arcar com despesas, que renunciemos aos prazeres imediatos do sexo sem proteção e que aguardemos melhores oportunidades de sexo seguro depois.

Os pais buscam não frustrar filhos, lembram de que na infância eles não gostavam de quando os pais autoritariamente lhes diziam não. Mas agora, com os papéis invertidos, deixam de ensinar os filhos a pensarem nas consequências de seus atos ou omissões. Daí resulta crianças intolerantes à frustração, tornam-se irritadiças ou apáticas.

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Enquanto adultos, precisamos trazer para o presente as prováveis consequências de nossos atos e omissões. Raciocinando em termos das incertezas do presente e comparando-as com as incertezas do futuro, teremos ampliadas as oportunidades de sucesso e realizações!

Boas reflexões a todos.