Meninas abandonam infância cada vez mais cedo. Há idade certa?

por Karina Simões

Os tempos atuais imprimem na mulher a antecipação de seu amadurecimento. Biologicamente falando, a mulher sempre foi mais precoce do que o homem, despertando, muito cedo, para novos interesses. Sua infância em pensamentos e práticas difere do sexo oposto.

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Por volta dos meados de seus 12 anos de idade, a menina já revela um interesse pelo sexo oposto e sentimentalmente desenvolve afetos. Em seu mundo mágico, o príncipe encantado vai tomando forma e corpo no mundo real.

Por outro lado, o menino com a mesma idade continua suas investidas lúdicas e pretensões em algo dissociado do envolvimento afetivo. O universo feminino, até mesmo por uma realidade hormonal, é bem diferente. Até aí, este assunto parece ser bem conhecido nosso.

Contudo, a erotização e adultização patrocinadas pela cultura vigente parecem revelar uma redução do tempo de uma infância até então mais duradoura. Entre chapinhas e adereços, a menina se apronta muito cedo para as suas investidas amorosas.

Não sei até que ponto essa realidade pode ser saudável. Mas cabe, no mínimo, um questionamento para nós que somos mães, e mais do que isso, uma reflexão sobre o modo como estamos estimulando ou impedindo o prolongamento da infância; que é um estágio importantíssimo na construção da personalidade e no favorecimento do desenvolvimento saudável.

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Creio que na difícil tarefa de educar, esta é uma das questões mais delicadas, pois cabe aos pais, notadamente às mães, o exercício de ajustar o tempo de sua filha com a sua realidade biológica e cultural. Ou seja, não há fórmula para se precisar a idade oportuna para que sua filha viva a alegria de um papel de sedução, cabendo a cada mãe com seu feeling permitir que cada etapa da vida de sua filha seja vivida naturalmente de acordo com seu próprio tempo, sem antecipações ou prolongamentos.

Dicas para as mães: minha filha já está preparada para sair da infância?

1. Observe com que idade sua filha começa realmente a se preocupar com a vaidade.

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2. Não há idade firmada e certa para estimular ou travar essa expectativa de vaidade infantil.

3. Desenvolver o seu feeling para pode saber estimular ainda o tempo certo de ter brincadeiras infantis.

4. Saber ouvir sua filha para poder entrar no seu mundo e na sua linguagem para orientar o momento certo da vaidade real.

5. Após a escuta, ajudar sua filha a firmar sua autoimagem, lembrando que a mãe é o maior estímulo durante o processo de identificação.