Doenças do coração não estão relacionadas ao consumo diário de ovo, indica estudo

por Patricia Davidson Haiat

Há pouco tempo muita gente torcia o nariz para o ovo, pois acreditava-se que ele aumentava terrivelmente o colesterol e por isso deveria ser banido do cardápio. Mas as pesquisas evoluíram e mostraram que ele de vilão não tem nada, pelo contrário é rico em vitaminas e substâncias antioxidantes que protegem o organismo.

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Então vamos desvendar o que tem de bom nesse alimento que faz parte de grande parte da população brasileira.

Estudos recentes mostram que o ovo é rico em ácidos graxos de boa qualidade como o linoléico, linolênico, DHA, EPA, carotenoides (luteína e zeaxantina) e colina. Além de ser fonte de proteínas, vitaminas e minerais.

A partir de sua composição, podemos até dizer que o ovo é protetor do coração, pois ele apresenta 3,8g de ácidos graxos monoinsaturados (46,05), 1,36g de ácidos graxos polinsansaturados (16,48%) e uma pequena quantidade de gordura saturada, cerca de 3,09g (37,45%). E falando em saúde cardiovascular ainda temos a colina que ajuda na redução da homocisteína, um importante fator de risco cardiovascular.

E para comprovar isso, já existem pesquisas como a realizada pela Universidade de Minesota nos EUA, onde os pesquisadores demonstraram não haver relação entre o consumo regular de ovos (1 ou mais por dia) e o aumento da incidência de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. Em comparação aos que não consumiam.

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Pelo contrário, os ácidos graxos polinsaturados atuam na redução do colesterol total e da porção ruim, chamada de LDL. Além disso, a gordura monoinsaturada, vai ajudar na elevação do colesterol bom (HDL). E nisso tudo não podemos esquecer que o colesterol é uma substância importante e fundamental. Faz parte da síntese de hormônios sexuais e esteroides, na síntese de secreção biliar, e ainda é precursor da síntese de vitamina D. Já se sabe que1/3 do colesterol sanguíneo vem da alimentação e o grande perigo é o consumo de gordura saturada e da temida gordura trans, que aumentam o LDL e diminuem o HDL.

Podemos transportar essa informação para a nossa cozinha quando fazemos um ovo frito na manteiga, por exemplo. O modo de preparo é determinante tanto para o ovo quanto para uma série de alimentos, quando falamos se faz bem ou mal para a saúde. Mesmo com todos os benefícios não adianta nada comer ovo frito, dê sempre preferência ao ovo cozido ou pochê, aquele feito na água fervente e que fica com cara de frito, mas não tem nada de gordura.

Ovo é antioxidante e ajuda a prevenir a degeneração macular

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Outro ponto que está sendo bastante estudado é a relação do ovo contra a degeneração macular, um problema que atinge entre 20-25% dos brasileiros com mais de 65 anos e que causa bastante desconforto e pode levar à cegueira a longo prazo. Existem duas substâncias antioxidantes, presentes em boa quantidade no ovo, chamadas de luteína e zeaxantina e que são fundamentais para a saúde ocular e o tratamento dessa doença. Existem outros alimentos fonte dessas substâncias como couve, repolho, milho, etc., mas sendo elas lipossolúveis, isto é, solúveis em gordura, sua absorção é melhor unida à gordura, e o ovo é perfeito.

Benefícios da gema

E para finalizar os inúmeros benefícios, outro nutriente importante que tem no ovo é a colina. Essa vitamina que está presente na gema, é importantíssima na gravidez para o desenvolvimento do bebê e para a memória, pois ela participa da construção da membrana de novas células cerebrais e na reparação daquelas já lesadas e assim ajuda a manter a memória sempre em dia.

Mas com tudo isso, você deve estar pensando: Pronto vou comer no café, almoço e jantar ovo! Não é por aí, tenha uma alimentação balanceada, bastante colorida e inclua o ovo como uma opção de fonte de proteínas, vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes. Aproveite!