Apneia do sono pode aumentar risco de hipertensão

Da Redação

Segundo estudo, cerca de 40% dos indivíduos com hipertensão arterial apresentam a síndrome da apneia obstrutiva do sono

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Sabe aquele ronco que segue um mesmo ritmo, vai ficando mais alto, e de uma hora para outra é interrompido por um período de silêncio, quando a pessoa fica totalmente sem respiração, voltando logo depois ao ritmo inicial? Com certeza você já deve ter presenciado esse fenômeno, seja na sua casa ou dormindo na casa de amigos. Pois esse processo é chamado de apneia obstrutiva do sono, doença que atinge aproximadamente sete em cada 100 indivíduos, cuja incidência é maior no sexo masculino. Dados recentes mostram que aproximadamente 24% dos homens de meia-idade e 9% das mulheres são afetados pela apneia, sendo 16% para as formas leves a moderadas da doença e 7,5% para as graves.

Por que pessoas com apneia podem desenvolver hipertensão?

Porém, o que pouca gente sabe é que as pessoas com apneia estão muito mais sujeitas a desenvolver a hipertensão. Cerca de 40% dos indivíduos com hipertensão possuem a doença. Isso acontece porque a faringe, ao relaxar durante o sono, torna estreita a passagem de ar, provocando as vibrações típicas do ronco, até se fechar completamente e interromper o fluxo respiratório temporariamente. Numa reação de defesa, o organismo libera adrenalina, que contrai os vasos, restringindo assim o espaço por onde o sangue circula. Como o volume sanguíneo precisa correr por vias contraídas, há o aumento da pressão.

No início, esse aumento ocorre apenas durante o sono, mas com o tempo pode passar a ser uma rotina. Por isso, a medição da pressão arterial é ainda mais importante nas pessoas com apneia. E aqui começa mais um problema. O indivíduo que ronca e interrompe a respiração, muitas vezes nem percebe o sufoco pelo qual passa enquanto dorme, pois com a apneia ele não respira de maneira correta e o corpo acaba não conseguindo descansar como deveria.

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Há ainda um outro fator importante. "A pessoa com apneia do sono apresenta maior variabilidade da pressão arterial, cujo aumento está ligado à lesão dos órgãos-alvo (coração, cérebro e rim)", afirma Artur Beltrame Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

Tratamento para apneia

A CPAP – pressão positiva contínua nas vias aéreas – é o tratamento mais eficaz e com maior comprovação científica para a síndrome das apneias obstrutivas do sono. A terapia com o CPAP, aparelho colocado no nariz do paciente durante o sono, consiste basicamente em manter abertas as vias aéreas, tornando-as permeáveis.

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"Ao reduzir o número de episódios apnéicos noturnos, o tratamento com a CPAP pode atenuar os mecanismos que levam à elevação aguda e crônica da pressão", destaca Ribeiro. Ou seja, o uso do CPAP reduz os níveis de pressão arterial em pacientes com apneia, além de ser essencial também a perda de peso, a redução do consumo de álcool antes de dormir e adormecer em posições laterais.