Pesquisa Gallup revela: trabalho é o item menos satisfatório na vida

por Lilian Graziano

Em edição de 2014 de pesquisa realizada periodicamente pelo Instituto Gallup em mais de 150 países, o trabalho aparece, disparado, como o item menos satisfatório no ranking dos cinco elementos de bem-estar na vida. A saber: bem-estar profissional, bem-estar social, bem-estar físico, bem-estar financeiro, bem-estar na comunidade.

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As empresas estariam “enlouquecendo” as pessoas? O nível de insatisfação passa por questões de foro íntimo? A Psicologia Positiva pode ajudar a mudar esse quadro?

Creio que a resposta é sim para todas as perguntas.

Um dos grandes trunfos das empresas com relação ao bem-estar de seus funcionários e colaboradores é que elas são as principais criadoras de propósito na vida dessas pessoas – o propósito de vida que muitas vezes se confunde com a profissão e a carreira. Tanto é que desempregados tendem a perder a sua identidade, quando levam muito tempo para obter uma recolocação profissional. Segundo estudo publicado no periódico The Economic Journal, realizado com 130 mil pessoas, citado em O fator bem-estar, dos cientistas do Gallup Jim Harter e Tom Rath (Saraiva, 2011), “a perda de um emprego seria o único evento importante na vida, do qual as pessoas não se recuperam completamente dentro de cinco anos”.

O que ocorre é que muitas companhias não sabem da importância de se enfatizar um propósito maior em suas ações, de tal maneira que sua missão se confunda com a missão de seus empregados. Ou não sabem fazer com que os funcionários vejam na atividade na empresa um meio para o cumprimento de seu propósito de vida. Muitas lideranças não são hábeis em valorizar a trajetória e a missão de vida de seus liderados, utilizando isso positivamente para a equipe e a empresa. A competição, as transições constantes, longas jornadas de trabalho impostas e um ambiente pouco humanizado também contribuem para a insatisfação e o adoecimento no trabalho.

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Levando para o foro íntimo a questão do bem-estar profissional, muitas vezes, sem conhecer seus próprios valores, as pessoas não conseguem se afinar aos valores da companhia. São atraídas por salários e benefícios que só proporcionam bem-estar financeiro, mas o descompasso entre valores pessoais e corporativos provavelmente provocará o desequilíbrio em outros setores da vida. Esses profissionais, no entanto, culparão somente a carreira e o trabalho por toda a confusão, alheios de que, a grande e verdadeira raiz do problema, é seu total desconhecimento de si mesmos, de seus valores e, principalmente, do propósito de sua existência.

A Psicologia Positiva é um recurso, nesse caso, para promover lideranças e instituições positivas; aquelas que estejam aplicadas a desenvolver potenciais humanos levando em conta todas as questões implicadas, como por exemplo, a criação de um propósito na vida das pessoas. Criar propósito passa por estimular o reconhecimento das forças pessoais (veja aqui) e valores dos profissionais e por fazê-los doar à empresa e a outros setores da vida aquilo que de melhor eles têm a oferecer, promovendo melhor engajamento das equipes, melhores resultados e maior índice de bem-estar. Individualmente, o que há para ser feito, no âmbito da Psicologia Positiva, não é muito diferente: promover o reconhecimento dos próprios valores, reflexão sobre como empregá-los e até onde eles podem nos levar é essencial – e isso pode ser feito por meio de Coaching Positivo.

Mas isso é só um primeiro passo, uma vez que o mesmo estudo do Gallup leva a crer que, para sermos felizes, é preciso trabalhar todos os cinco fatores de bem-estar equilibradamente. Qual a sua área de insatisfação?

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Fica, aqui esta breve orientação sobre vida profissional, mas vale refletir sobre os outro setores aos quais estiver dando pouca atenção ou com os quais não estiver satisfeito.

Vamos começar a equilibrar as coisas e construir uma vida mais feliz?