Remorso insuportável por ter traído. Como superar?

por Anette Lewin

“Eu tinha uma vida muito tranquila e muito feliz com minha esposa. Eu me casei aos 19 anos e tudo era mil maravilhas. Até que um dia tive a infelicidade de trair minha esposa uma única vez, nem sei por quê. Já tem uns nove meses que isso aconteceu e desde então vivo sofrendo por não aceitar o que fiz. Não consigo me perdoar por isto. Eu vivo achando que a vida no passado era tão boa, fico deprimido, choro, estou sofrendo muito com isto e preciso de ajuda.”

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Resposta: Será que todo esse sofrimento está realmente vinculado a essa única traição ou a traição está servindo de motivo para você poder externar outros sofrimentos?

Pensar sobre isso é o primeiro passo para tentar se sentir melhor. Caso chegue à conclusão que a traição é motivo único e absoluto de sua crise, tente perceber que por não ser possível voltar atrás e apagar o que foi feito, você terá de aprender a conviver com uma relação menos “perfeita”. Levando-se conta que você optou por viver seu drama sozinho, uma vez que não o compartilhou com sua esposa, procure entender que os acertos de sua relação com ela certamente superam os erros. Caso contrário, você não estaria tão angustiado, não é?

Caso porém, essa traição seja apenas um estopim para que você possa externar angústias pessoais, que você escondeu de você mesmo até agora, aproveite essa ruptura com a perfeição para tentar enxergar o que realmente não está funcionando em sua vida. Às vezes, optamos por “varrer a sujeira para debaixo do tapete”, mas uma hora ela acaba aparecendo. Pode ser o seu caso.

É importante ressaltar que quando optamos por viver algo que foge às regras estabelecidas pela sociedade temos que ser capazes de assumir os riscos que essa transgressão impõe. No seu caso, as consequências só envolvem você e sua culpa. Nesse sentido, se não for possível tirar essa obsessão de sua cabeça a curto prazo, o melhor é procurar um terapeuta para ajudá-lo a entender-se e sentir-se melhor.

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ATENÇÃO: As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento