Ele não consegue ejacular e não aceita tratamento. O que faço?

por Margareth dos Reis

“Meu namorado não consegue ejacular durante a relação sexual. Ele consultou um urologista que não encontrou nenhuma causa física para isso e propôs que ele procurasse ajuda psicológica. O problema é que ele não quer esse tipo de tratamento.”

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Resposta: Culturalmente, o gênero masculino ficou durante séculos caracterizado pela sua força e virilidade, o que pode ter levado o homem a confundir qualquer enfermidade com fragilidade.

Isso pode ficar mais potencializado ainda quando o problema a tratar é de ordem sexual. Apesar da importância do sexo, em especial do desempenho sexual satisfatório na qualidade de vida das pessoas, tradicionalmente, os homens não estão habituados, como as mulheres, a cuidar bem da própria saúde. Quando o fazem, é depois de um longo período de sofrimento esperando que o problema seja físico e resolvido pela área médica. Caso a orientação médica seja a de indicar psicoterapia para tratar um transtorno sexual, a desinformação masculina a respeito desse tipo de ajuda profissional costuma inibir a iniciativa nessa direção.

Pelo que você relata, o seu namorado apresenta um Transtorno do Orgasmo Masculino, que consiste no atraso ou ausência persistente ou recorrente de orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual masculina. Há dois tipos de Transtorno do Orgasmo Masculino: ao longo da vida (quando o homem jamais foi capaz de ejacular durante o ato sexual) ou adquirido (quando em algum momento houve um funcionamento normal).

Assim, são as particularidades, inclusive aquelas que muitas vezes nem a própria pessoa tem consciência, que podem explicar a gênese e a manutenção do transtorno sexual que ela enfrenta. Nesse sentido, a psicoterapia é a melhor forma para entrar em contato e superar essas questões.

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Além disso, uma dificuldade sexual sempre acaba por atingir o casal. Assim, a participação da parceira no processo psicoterápico constitui uma excelente base para um tratamento bem-sucedido.

Dito isto, o reconhecimento de ambas as partes sobre a extensão de um problema sexual no relacionamento a dois deve ser o primeiro passo para um movimento conjunto na busca da terapêutica indicada. Caso contrário, você não poderá fazer nada que ele não queira fazer por ele ou por vocês dois.

 

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