Drogas e seu poder de destruição

por Samanta Obadia

Morreu Amy Winehouse – vida e opção pelas drogas. Talento inquestionável; dependência química assumida.

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Paralelamente, vemos uma nova droga ganhar espaço: o oxi, mais potente, mais barata e mais fatal do que as anteriores. Tanto faz o nome, tanto faz o seu poder de destruição. O que importa mesmo é entender o porquê do ser humano continuar com medo de viver conscientemente.

O que leva o homem e a mulher ao uso de drogas?

É a falta de sentido em suas vidas, é o medo de ser, é a falta de coragem para decidir o que fazer de si em seu próprio caminho.

Há poucos dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um sociólogo renomado, defendeu a descriminalização do uso das drogas, reconhecendo, agora, estar maduro para adotar esta ideia.

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Nós, brasileiros, estamos cansados da imaturidade política em nosso país, que depende das pretensas evoluções individuais daqueles que nos representam.

Quem tem que amadurecer não é fulano ou cicrano, é o país, buscando a formação integral e digna de seus cidadãos.

O problema das drogas não está exatamente na sua legalização, está na Educação e na propaganda maciça que estimula exacerbadamente o consumo do álcool, por exemplo.

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O sistema capitalista visa o lucro e, para isso, cria cidadãos consumistas heterônimos. Essa ideologia é construída com a implementação do medo, posto que esse sentimento gera o desejo desenfreado pelo consumo de algo que nos arranque do pavor.

Se nós temos medo do roubo, compramos alarmes e trancas; se temos medo da fome, compramos mais comida; se temos medo do frio, compramos mais roupas; se temos medo do contato com o outro, buscamos os relacionamentos virtuais; se temos medo do descontrole, adquirimos celulares e agendas. Se temos medo de decidir, nós nos alienamos – muitas vezes, com as drogas.

O medo nos leva diretamente ao consumo.

A ilusão dos produtos miraculosos do mercado traz a solução de problemas que, talvez, você nunca os tenha. Mas incute, anteriormente, o medo de tê-los.

O ser humano, em sua essência, sonha com a liberdade, e ser livre é ter a possibilidade de escolher o seu próprio destino, mas ao escolher a droga como opção de vida, seja a maconha, o crack, o oxi, os calmantes, as anfetaminas, o doce, os jogos ou o álcool, a opção que nos resta é sair dessa dependência: só isto nos torna humanos; só isto traz de volta a nossa liberdade.

Sem isso, só resta o fim, como o triste fim de Amy, aos 27 anos, encontrada morta em sua casa; ela que, lamentavelmente, não soube respeitar sua primeira house – o próprio corpo.