Mamãe em boa forma

Da Redação

Depois da chegada do bebê, muitas mulheres desejam retornar ao antigo peso, anterior à gravidez, e recuperar a forma física. Não se trata apenas de estética, para elas, é uma questão de obter os benefícios de um corpo mais leve e saudável, com mais energia e disposição para encarar a nova fase da vida. Entretanto, boa parte encontra dificuldades de aplicar os tradicionais métodos de dieta e exercícios que praticavam antes da gestação, e é aí que surgem muitas dúvidas sobre a forma mais adequada de eliminar o excesso de peso de acordo com a nova rotina.

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O quadro pode até parecer pior do que realmente. A experiência de gestação e nascimento do bebê pode gerar um leque de emoções simultâneas e essas variações de sentimentos acabam fazendo com que a mulher coma em excesso ou não se alimente o suficiente, acentuando seu cansaço e falta de energia. É importante, nesse momento, ter paciência para lidar com as mudanças emocionais e fisiológicas pelas quais o corpo está passando e buscar o equilíbrio para preservar a saúde tanto da mãe quanto do bebê.

A importância do aleitamento materno

Logo após o parto, é normal que a mulher continue com uma barriga acentuada, muitas vezes, aparentando estar no quinto ou sexto mês de gestação, mas, com o decorrer dos dias, essa barriga tende a diminuir gradualmente. A amamentação é um dos principais responsáveis pela perda de peso inicial da mulher, mas nem sempre é suficiente para que todo o peso extra seja eliminado.

Como o corpo funciona durante a amamentação

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Durante o parto, a mulher perde instantaneamente cerca de seis quilos, que correspondem ao peso do próprio bebê, da placenta, do líquido amniótico e dos sangramentos. Após isso, a amamentação passa a ser a maior responsável pelo gasto calórico e eliminação de gorduras. Nessa fase, a produção de hormônios é estimulada e faz com que os órgãos reprodutivos iniciem o movimento de regressão para voltar ao seu estado normal e o útero também começa a se contrair para recuperar sua forma original.

O corpo queima gordura para produzir o leite, principalmente nos primeiros meses, então, quanto mais o bebê mamar, mais peso será eliminado – estima-se que em cada mamada a mãe pode queimar cerca de 380 até 600 calorias. Além disso, o aleitamento também favorece a liberação de um hormônio chamado ocitocina, que está associado à diminuição do risco de depressão pós-parto e ainda auxilia o processo de contração do útero, contribuindo para a redução do perímetro abdominal.
No entanto, essa é a fase que exige mais atenção, pois parte dos nutrientes ingeridos pela mãe através da alimentação são direcionados ao bebê por meio do leite, ou seja, os cuidados com a dieta devem ser redobrados. Nesse momento a prioridade deve ser a qualidade do cardápio e não a quantidade, visando o bem-estar tanto da mãe, que necessita de mais energia para a produção do leite, quanto do bebê que necessita dos nutrientes para seu desenvolvimento.

A amamentação acabou, e agora?

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Os hábitos adotados nesse período são determinantes para remodelar o corpo feminino. Após a amamentação, geralmente, o médico libera a prática de exercícios de maior intensidade, conforme o perfil individual de cada mãe, pois os órgãos já regressaram ao seu lugar e o útero já está no tamanho normal. O desconforto também é reduzido, já que a mama não estará mais cheia, e o desempenho melhora.

A nutricionista Sinara Menezes afirma que essa é a hora ideal para começar a reduzir a ingestão calórica: “Quando acaba o processo de produção do leite, o metabolismo volta ao normal e se estabiliza, portanto, para continuar queimando calorias e perder aqueles quilinhos a mais que não foram embora com a amamentação, é necessário começar a controlar o cardápio, se alimentar em pequenas porções distribuídas ao longo do dia e investir em alimentos funcionais, juntamente com a prática de exercícios regulares” – explica a especialista.

Dietas restritivas não são uma boa alternativa

Durante o aleitamento materno os regimes não são recomendados, mas após esse período, já é possível aumentar o consumo de alimentos estratégicos que favorecem o emagrecimento, porém, a Sinara alerta que para restringir algum grupo alimentar ou fazer alguma alteração significativa no cardápio o ideal é buscar o auxilio de um especialista, que poderá avaliar as condições fisiológicas individuais da paciente e indicar a dieta mais adequada.

“É importante ter cuidado para não seguir um regime muito rígido, mesmo após a amamentação, a nova mamãe ainda necessita de muita energia para lidar com um bebê pequeno, que está começando a se desenvolver e que ainda não dorme a noite toda. Os cuidados de um bebê no seu primeiro ano de vida exigem atenção redobrada, para lidar com isso e com a rotina de trabalho, seja no lar ou no escritório, a mulher precisa estar com a saúde em dia e bem nutrida e isso requer um cardápio rico em alimentos naturais que forneçam energia e aumentem a disposição”, acrescenta.

Exercícios físicos: não abuse

Excessos são tão prejudiciais quanto restrições. Abusar dos exercícios físicos em prol do emagrecimento rápido nessa fase pode exigir um sacrifício extenuante que o corpo ainda não está preparado para encarar, assim como reduzir as quantidades dos alimentos drasticamente só porque não está mais amamentando pode resultar num efeito contrário e desacelerar ou, até mesmo, prejudicar o metabolismo. A moderação é a chave para conseguir alinhar as atividades físicas e a dieta a favor do corpo e obter os resultados desejados preservando a saúde da mulher.

Adote um cardápio balanceado e estratégico

O processo de emagrecimento após o período de amamentação costuma ser mais lento, muitas mulheres relatam dificuldade para perder apenas os dois últimos quilos que ganharam durante a gravidez. Isso acontece porque o metabolismo não está mais constantemente acelerado pela produção do leite materno, mas existem alimentos funcionais que podem facilitar esse processo, acelerando novamente o metabolismo, favorecendo a queima de gorduras e combatendo a retenção de líquidos.
Aposte nos termogênicos

São capazes de acelerar o metabolismo e potencializar a queima de gordura corporal, alimentos como canela, gengibre, pimenta vermelha, café e outros, são liberados após o período de amamentação. Esses alimentos aumentam a temperatura do corpo e fazem com que o organismo trabalhe mais para digeri-los, gastando mais energia nesse processo.
Hidrate-se

A água é um estimulante poderoso e natural para o bom funcionamento dos rins, acelerando o processo de eliminação dos líquidos e impurezas retidos no corpo, colaborando assim para uma considerável redução dos inchaços e melhorando o aspecto da pele. Recomenda-se a ingestão de, no mínimo, dois litros diariamente.

Não se esqueça das fibras

Presentes em vegetais e carboidratos integrais, além de facilitar o trânsito intestinal, elas ainda garantem mais saciedade por muito mais tempo após as refeições e também são capazes de impedir a absorção total da gordura ingerida através dos alimentos. Mas é importante lembrar que quando se aumenta o consumo de fibras deve-se aumentar também a ingestão de água, para que o intestino funcione perfeitamente.

A nutricionista ainda recomenda o uso dos chás, que também ajudam a manter o corpo hidratado. Há os energizantes, que podem reduzir a sensação de fadiga e aumentar a disposição para o dia a dia, como o chá verde, o chá branco e o chá de hibisco, ou ainda, para aquelas que precisam relaxar e aliviar o estresse, há os chás considerados “calmantes”, como camomila, erva-doce e hortelã.

Respeite seu corpo

Assim como o corpo precisou de nove meses para se transformar e se preparar para a chegada do bebê durante a gestação, também será preciso tempo e muita disciplina para voltar a ser da forma que era antes. Não existem milagres e cada fase desse processo deve ser respeitada. O aleitamento materno é tão benéfico para o bebê quanto para a mãe, mas após essa etapa a rotina começa a se estabilizar, assim como o organismo.

Algumas pessoas demoram menos tempo que outras para recuperar a boa forma, isso varia de acordo com diversos fatores como genética e condições fisiológicas de cada mulher. O mais importante é ter paciência e respeitar o próprio corpo, priorizando sempre a saúde e bem-estar da mamãe e do bebê.