Autoavaliação: você está de bem com a vida?

por Rosemeire Zago

Se você encontrasse com uma amiga que não vê há muito tempo, o que contaria sobre sua vida? O que tem acontecido de significativo? Você teria para contar mais problemas, decepções e frustrações. Enfim, faria muitas lamentações ou contaria muitas conquistas, crescimento e mudanças?

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Ao pensar em sua vida, como a descreveria agora? Pense nisso… E daqui para frente, o que espera que aconteça? Como espera estar daqui a cinco, dez anos? E o que você está efetivamente fazendo para alcançar o que deseja? Se suas respostas foram baseadas em dúvidas, incertezas, inseguranças, sempre com pensamentos negativos, duvidando que seja capaz de conseguir algumas coisas que deseja, como espera conseguir mudar sua realidade? O que está fazendo para mudar algumas situações que dependem exclusivamente de você? Ou você está aceitando tudo, conformada, pensando: "Já que está tudo ruim mesmo, o que mais posso fazer?"

Saiba que é possível fazer muitas coisas para alcançar o que quer que deseje, desde que saiba o que quer, ou também poderá começar pelo que já sabe que não quer. Ao olhar para trás deve ter muitas experiências ruins, que não deseja mais passar, mas que também trouxeram muitos aprendizados. O que aprendeu de significativo em sua trajetória de vida? Algumas pessoas olham para o passado e conseguem perceber as lições. Ainda a custo de muito sofrimento valorizam o que conseguem aprender com a experiência passada. Outras só se lamentam sobre o ocorrido, repetindo o mesmo padrão por anos, sem aprenderem absolutamente nada. Essas se colocam no papel de vítimas, onde só conseguem se lamentar sem nada fazer para mudar.

O que deixou de fazer há três, cinco, dez anos atrás e que até hoje está sofrendo as consequências? Não terá sofrido o suficiente para perceber que algo diferente deve ser feito? Mas fazer o quê? Isso somente você poderá responder.

Síndrome de Gabriela

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Quem sabe poderá começar pensando em ser mais flexível? Mais aberta a mudanças? Ou você sofre da síndrome de Gabriela, lembra-se? "Eu nasci assim, eu fui sempre assim, vou morrer assim…" Aliás, um remake da novela estreia em junho.

Você só consegue pensar que não há mais como mudar, afinal já se passaram tantos anos? Você já se sente "velha" para aprender? Nada disso! Velha é quem para de aprender, não se atualiza, e hoje vivemos em um quântico processo de mudança, quando pensamos em algo, já mudou!

Enquanto continuar acreditando que as coisas devem ser feitas sempre da mesma maneira, possivelmente tudo continuará tendo o mesmo resultado. É preciso estar em constante aprendizado, aberto a mudanças, seja sobre o que for. Seja em relação ao trabalho, à educação dos filhos, fazer a comida, se relacionar, amar… Enfim, tudo muda em fração de segundos e devemos acompanhar esse processo se desejarmos evoluir e crescer. Do contrário, encontraremos estagnação e muitas vezes sofrimento.

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Você pode começar analisando algumas situações e que na correria se esquece de dar uma paradinha para avaliar suas relações. Se hoje não tiver tempo, reflita sobre isso no final de semana, reserve uns minutinhos para reavaliar seus valores, sua maneira de conduzir seus problemas. Afinal, estamos nos referindo à sua própria vida e não há nada mais importante do que isso. Responda a si mesmo as seguintes perguntas:

Autoavaliação sobre a sua vida

– O que tem feito por você?
– Tem dito "não" quando essa deve ser a resposta? Ou ainda continua sempre querendo agradar a todos, fazendo tudo por todos?
– Você se esquece constantemente de suas necessidades?
– Tem tido momentos de lazer, tem feito algo para se divertir? O que gosta de fazer e não faz há muito tempo?
– Há quanto tempo você não dá um sorriso ou uma gostosa gargalhada?
– Como se sente em relação ao seu trabalho?
– E em relação à educação de seus filhos, caso os tenha?
– E como está sua relação com seus pais?
– E sua relação afetiva e sexual, como está?
– Tem sido rígida consigo mesma e com os outros?
– Tenta manter o controle sobre tudo e todos? Quando na verdade não consegue ter controle nem sob suas emoções?
– Sente muito mais o abandono do outro do que o abandono que faz a si mesma?
– Está em constante busca de aprovação e reconhecimento por se sentir sem valor?
– Está sempre se culpando do que acontece aos outros?
– Tem medo de perder a pessoa amada quando nem percebe que já se perdeu de si mesma?
– Consegue identificar seus sentimentos ou está sempre em constante movimento para não entrar em contato com o que está dentro de você?
– Está constantemente se frustrando por criar muitas expectativas?
– Tem se sentido triste, constantemente irritada e sem energia?

Analise com calma todas essas questões e reavalie sua vida, suas relações. As dúvidas, os medos, mágoas, ressentimentos, culpa, frustrações, críticas, cobranças, são todos obstáculos ao crescimento. Transforme tudo isso.

Não, não há receita nem fórmula mágica, mas é certo que para as mudanças ocorrerem depende muito mais de você. Comece se observando mais, pensando sobre todos essas questões. Cultive dentro de você a esperança, a fé, mesmo quando tudo parecer estar perdido. É a harmonia consigo mesma e com aqueles que convive, que lhe trará paz interior e preencherá seu vazio.

É o amor por si mesma e o respeito por seus valores e sentimentos que a fará se sentir uma pessoa de valor. E isso com certeza ninguém poderá lhe dar, mas também ninguém poderá lhe tirar, é uma conquista absolutamente sua e que com certeza fará toda diferença em sua vida. Depois de todas essa reflexões e prováveis mudanças, talvez a história que irá contar quando encontrar uma amiga seja bem diferente.